quinta-feira, 29 de abril de 2010

Boemia, aqui me tens de regresso.

A inserção "daquele garoto que ia mudar o mundo" nos moldes do sistema, a ponto de trabalhar diretamente e exaustivamente para ele. Digo, não em função dos tributos, mas como servidor. Não justifica a ausência por quase dois anos do balcão desse bar.
Estar na teia, ainda que não nos nós centrais da cadeia ramificada, de desacertos políticos mais notórios que efecientes; faz-me obsver cada vez mais o quanto falta pra evolução do nosso Rio de Janeiro. É certo que estar dentro das coisas é melhor para saber como funcionam. E desaprovar, e desgostar, e se enojar, mas, triunfante diante da missão dada, não desistir.

- Zé, pede ao Jorge pra ir pendurando. Traz um chopp, sem colarinho, que se fosse pra beber espuma eu beberia Seda Ceramidas.

Faz tempo que não venho aqui, o bar parece ter mudado, o Brasil nem tanto. Andei sem tempo, em privilégio de coisas maiores. Nada que justifique, e o fato do bar ter mudado e estar tocando Odair José não é assim tão ruim. Existem coisas muito piores. Existe um Partido dos Trabalhadores, ops, Partidos dos TrArticuladores, que não parecer confiar tanto no seu taco assim: chutar Ciro Gomes da disputa eleitoral é rídiculo, mas no jogo político compreensível.

Na última vez aqui, mandei recolher o casco cedo, tava entalado com o caso do Morro da Providência. Morro que essa semana recebeu mais uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). UPP's que tem grande potencial pra responder muitas perguntas, a primeira e para que veio.

- Zé, mais uma.
De lá pra cá o bar mudou, não existe área de fumante e não-fumantes, só de não-fumantes. Melhor, o bar agora é de fumantes e não-fumantes, não existe é mais área pra fumar.
Os certificados de um dos melhores bares e gastronomia da cidade permanecem e se perpetuam, são a chance e a comprovação de que há paz e alegria. Há festa e tristeza, as mazelas são muitas, mas a oportunidade de afogá-las em palavras é o melhor.

Diante do sonho visionário de JK, em transferir a capital, congratulações. O Rio de Janeiro já tem bicheiras, ziquiziras, perebas inúmeras; além da fragilidade costeira que poderia corroer o distrito federal e viver sob ameaça em tempos de guerra. Uma atitude louvável. Se passaram 50 anos... E Brasília faz festa. (Risos) Meu compromisso de vir aqui, seja pra escutar Odair José: (Eu vou tirar você desse lugar/ eu vou levar você pra ficar comigo/ e não me interessa o que os outros vão pensar); uma música de um cara de que se apaixona por uma prostituta, vejo as imagens do telejornal na TV, mostrando Brasília, o congresso... Como disse, o bar mudou, agora a TV é de plasma, e a imagem tá congelada, consequências da TV Digital, só tenho que escutar:



Olha, eu precisei do seu carinho
eu me sentia tão sozinho já não podia mais le esquecer
Eu vou tirar você desse lugar
eu vou levar você pra ficar comigo
e não me interessa o que os outros vão pensar
Eu sei que você tem medo de não dar certo
pensa que o passado vai estar sempre perto
e que um dia eu posso me arrepender

VIVA BRASÍLIA! VIVA O BRASIL! VIVA O FIM TRÁGICO DA DEMOCRACIA! TEMOS UMA ECONOMIA ESTÁVEL! TEMOS BOLSA-FAMÍLIA!
TEM COPA DO MUNDO, TÁ TUDO CERTO.

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- Porra Zé, falei do colarinho véio. E agora sem aquela fumaceira aqui, tá uma mosquitada. Essa semana eu volto e acerto a conta, pra celar o compromisso. Podes crer, o Dunga dá a lista dia 11. Como estão as crianças?

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